Capítulo 2: Dossiês Temáticos das Mulheres Atingidas reúne danos por Áreas Temáticas

Novo capítulo é lançado na semana do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher

No capítulo 2 do Dossiê Temático de Mulheres foram reunidos todos os danos divididos em Temas (Áreas Temáticas), seguida de análises e reflexões sobre eles, com argumentos técnicos e jurídicos, afirmando as mulheres como sujeito de direitos. Os temas centrais movimentados pelas mulheres atingidas são esses que seguem abaixo, entendendo que eles se articulam entre si, por exemplo, a saúde mental das mulheres é abalada devido ao aumento de violência, ou ainda, a busca, gestão e preocupação por água de qualidade acarreta a sobrecarga de trabalho dessas mulheres:  

  1. Danos à Saúde – física e mental  
  1. Aumento do Trabalho Doméstico e de Cuidado  
  1. Perda de trabalho e autonomia financeira  
  1. Aumento da violência 
  1. Danos ao meio ambiente – água  

Ao todo, o Dossiê Temático contará com seis capítulos. O primeiro, divulgado no início desse ano, trouxe um Perfil das Mulheres Atingidas pelo rompimento da barragem da Vale S/A nas regiões 1 e 2.

Região 1

Região 2

Como os dados foram levantados?

Os dados sistematizados foram obtidos por meio das informações reunidas e disponibilizadas pelo banco de dados do Registro Familiar – RFs, dos diagnósticos apresentados pelos produtos das consultorias especializadas ( 09 na Região 02 e 06 na R1) até o período de agosto de 2022, das medidas sistematizadas na Matriz de Medidas Emergenciais Reparatórias, dos Pareceres de Vulnerabilidade e dos espaços participativos como o Grupo de Atingidos e Atingidas – GAAs, em especial o GAA enchentes, as Rodas de Diálogos – RDs, prioritariamente a RD Mulheres e Mulheres Quilombolas e Seminário Temático de Mulheres – STMs. 

Uma série de danos foram sistematizados e apresentados neste capítulo, abaixo listamos alguns danos por tema/área que trazem maiores discussões e relevância para as mulheres atingidas.  

Volta para casa após turno escolar. Foto: Valmir Macêdo/Aedas
Dano a Educação e serviços socioassistenciais 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento de casos de assédio a profissionais da educação; 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Dificuldade de exercício do direito de ir e vir, no que tange ao deslocamento e acesso ao ambiente escolar; 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Ausência de estruturas e acompanhamento socioassistencial no ambiente escolar; 

Danos a moradia, infraestrutura e Patrimônio 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Restrições parciais ou totais à circulação; 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento da insegurança devido à iluminação pública deficitária; 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento da insegurança devido à ameaça e/ou abalo à integridade física dos imóveis; 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Obstrução de vias e limitação de acesso a serviços e equipamento públicos; 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Sensação de insegurança devido ao aumento de circulação de pessoas estranhas no território; 

Cacho de banana em quintal comunitário. Foto: Valmir Macêdo/Aedas
Dano a Economia, trabalho e Renda 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Diminuição da renda não monetária ligada as relações de solidariedade comunitárias associadas à pesca.  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Interrupção, diminuição e/ou alteração negativa na produção alimentícia para autoconsumo   

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Alteração negativa no uso do tempo    

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Perda, interrupção, inviabilização ou redução de postos de trabalho.    

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento do trabalho doméstico  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento do trabalho de cuidados.  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento da responsabilização financeira das mulheres sobre os núcleos familiares  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Interrupção, inviabilização, diminuição e alteração negativa dos eventos festivos, das feiras livres, das feiras itinerantes e de outras formas tradicionais e culturais de venda, com implicações sobre a renda do comércio, hospedagem, serviços e atividades culturais e artísticas    

Aumento de despesas:  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento de despesa com a aquisição de medicamentos  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Despesa com cuidado e/ou tratamento da saúde mental 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento de despesa com aquisição de água  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento de despesa com alimentação 

Danos PCTRAMA 
Manifestação religiosa no Rio Paraopeba. Foto: Rurian Valentino

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Violação ao direito material e simbólico de livre manifestação religiosa, de cultivar e colher ervas e plantas utilizados com fins ritualísticos e medicinais  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento da procura por pessoas externas às comunidades tradicionais por cuidado, auxílio e tratamento de saúde  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Perda de renda devido à diminuição da procura por serviços tradicionais  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Impossibilidade de realização de rituais que necessitam de água 

Danos às Mulheres Quilombolas  

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento do desemprego por conta do comprometimento severo na mobilidade e deslocamento das mulheres quilombolas; 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Interrupção e/ou alteração negativa do patrimônio cultural agrícola das comunidades quilombolas; 

[icon name=”arrow-right” prefix=”fas”] Aumento da evasão escolar pelas mulheres quilombolas em razão do rompimento da barragem de Brumadinho. 

Veja essa e outras matérias na 16ª edição do Jornal Vozes do Paraopeba

Monitoramento de gênero

Uma das prioridades da Aedas enquanto assessoria técnica independente é o trabalho com as Mulheres Atingidas. Por isso, conta com uma equipe específica de monitoramento de gênero para o acompanhamento das ações do acordo e a análise dos danos na vida das Mulheres agravados pelo rompimento.

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